A CRIATIVIDADE DA PROPAGANDA ELEITORAL

Dia 02 de outubro será realizado o primeiro turno das eleições municipais em todo o  Brasil.  Essa data tem variado muito desde a eleição do primeiro prefeito da Capital,  Antonio da Silva Prado, no dia 14 de dezembro de 1907.   Em 1953, por exemplo,  o pleito foi no dia 22 de março e naquela ocasião concorreram ao cargo de prefeito de São Paulo,  Ortiz Monteiro, André Nunes Júnior, o médico  Francisco Cardoso que era apoiado pelo governador Lucas Nogueira Garcez e pelo ex-governador Ademar de Barros e por último um vereador pouco conhecido chamado Jânio Quadros.  A propaganda de Francisco Cardoso invadiu o rádio e permanece até hoje preservada nos arquivos do CEDOM – Centro de Documentação e Memória da Bandeirantes –  o mais rico acervo do rádio brasileiro:

Mesmo com o peso do apoio das grandes lideranças políticas da ocasião, Jânio surpreendentemente derrotou a todos e mais surpreendente, ainda,  foi sua decisão de abandonar o cargo na metade do mandato para se candidatar a governador,  provocando um verdadeiro imbróglio na administração da cidade uma vez que o vice de Jânio, general Porfírio da Paz,  recusou-se a assumir a prefeitura   decidindo  ser o vice de  Jânio na campanha para o governo do Estado.  Nessas condições virou prefeito interino o presidente da Câmara William Salem. Realizada nova eleição, para um mandato complementar ao de Jânio, foi eleito Juvenal Lino de Matos que assumiu por somente uma semana.  Ele era senador e só depois de eleito prefeito é que se deu conta de  que o mandato no senado lhe seria mais vantajoso.  Com sua renúncia assumiu o vice eleito com ele, Waldemar Toledo Piza.

A propaganda eleitoral que hoje é gratuita para os candidatos e a cessão do espaço é obrigatória recaindo o ônus sobre as emissoras de rádio e televisão, no passado era paga.  Os candidatos se esmeravam nas mensagens, algumas de muito bom gosto, outras nem tanto.  Detalhe, que variava de acordo com as finanças do partido,  era o tamanho da propaganda que ia do texto de 15 segundos até verdadeiras novelas como a do dr. Adhemar de Barros candidato a prefeito nas eleições de março de 1957:

Em 1957 os candidatos mais fortes a prefeitura de São Paulo foram  Francisco Prestes Maia, Pedroso Horta e Adhemar de Barros. Este último foi o vitorioso assumindo o cargo em abril daquele ano nele permanecendo até 07 de março de 1961. Logo após elegeu-se governador do Estado pela segunda vez.

 

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