Agosto, mês das bruxas

No mês de agosto no ano de 79 D.C. a erupção do Vesúvio engoliu Pompéia. Também em agosto, em 1914, teve início a primeira Guerra Mundial e no mesmo mês, em 1945, as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki foram devastadas pela bomba atômica. Esses são uns poucos exemplos de acontecimentos trágicos registrados em agosto de diferentes anos. No Brasil também temos registros similares, especialmente no campo político. No dia 25, em 1961, o presidente Jânio Quadros renunciou ao seu mandato deixando o País mergulhado numa tremenda crise institucional. No dia 22, no ano de 1976, o antecessor de Jânio, Juscelino Kubitscheck, morreu num trágico acidente de carro na via Dutra. Porém, o acontecimento mais dramático em nosso país registrado no mês de agosto aconteceu na manhã de 24, no ano de 1954:

O suicídio do presidente Getúlio Vargas foi o epílogo de uma oposição cerrada que tinha à frente o jornalista Carlos Lacerda, dono do jornal Tribuna de Imprensa. As maiores acusações de Lacerda, no entanto, embutiam um certo casuísmo porque revelavam insistentemente a concessão de verbas governamentais favorecendo seu concorrente Samuel Wainer, dono do jornal Última Hora:

Em meio às suas denúncias, Lacerda foi vítima de um atentado na rua Toneleros, no Rio, sendo atingido por um tiro no pé e seu acompanhante, major da Aeronáutica Rubens Florentino Vaz, morreu com dois projéteis calibre 45, arma privativa dos órgãos de segurança. Atribuiu-se o crime à guarda pessoal de Getúlio, chefiada por Gregório Fortunato. Sitiado pelas esquerdas e pela direita, pelos políticos matreiros e oportunistas de sempre e cercado por servidores desleais e mal-intencionados, Getúlio viu-se isolado. Por volta das oito e meia da manhã do dia 24 de agosto de 1954, após uma reunião com todo seu ministério, que varou a noite e madrugada, ouviu-se um estampido vindo dos aposentos onde o presidente havia se recolhido para descansar. Getúlio Vargas havia acabado de se suicidar e o Brasil virou notícia de primeira página em jornais de todo o mundo, por causa desse trágico acontecimento.

Milton Parron

Milton Parron começou a carreira em 1960 e testemunhou os grandes acontecimentos policiais, esportivos, políticos e culturais em São Paulo e no Brasil. É um dos maiores repórteres da história do rádio brasileiro.

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Milton Parron começou a carreira em 1960 e testemunhou os grandes acontecimentos policiais, esportivos, políticos e culturais em São Paulo e no Brasil. É um dos maiores repórteres da história do rádio brasileiro.

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